sábado, 29 de dezembro de 2012
Tu escreves como o pássaro canta.
Teu gorjeio? Versos.
Se não cantasses, as manhãs seriam menos vermelhas
E os crepúsculos menos azuis.
Quando a embriaguez te inspira, os Imortais inclinam-se
Das nuvens para te escutarem,
O tempo suspende seu vôo
O bem-amado esquece a bem-amada.
Tu és o Sol e nós, os outros poetas, somos apenas estrelas.
Acolhe, ó meu amigo, o balbucio do meu respeito!
Tradução de Cecília Meireles
"Poemas Chineses / Li Po e Tu Fu"
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
O Vaso rachado.
Uma velha chinesa tinha dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
Um dos vasos era rachado e o o
utro era perfeito. Todos os dias ela ia ao rio buscar água, e ao fim da longa caminhada do rio até casa o vaso
perfeito chegava sempre cheio de água, enquanto o rachado chegava meio vazio.
Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água.
Naturalmente o vaso perfeito tinha muito orgulho do seu próprio resultado – e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
Ao fim de dois anos, refletindo sobre a sua própria amarga derrota de ser ‘rachado’, durante o caminho para o rio o vaso rachado disse à velha:
‘Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até à sua casa…’
A velhinha sorriu: … ‘Reparaste que lindas flores há no teu lado do caminho, somente no teu lado do caminho?
Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto voltávamos do rio, tu regava-las.
Foi assim que durante dois anos pude apanhar belas flores para enfeitar a mesa e alegrar o meu jantar. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa!
Cada um de nós tem o seu defeito próprio: mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.
É preciso aceitar cada um pelo que é… e descobrir o que há de bom nele!
perfeito chegava sempre cheio de água, enquanto o rachado chegava meio vazio.
Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água.
Naturalmente o vaso perfeito tinha muito orgulho do seu próprio resultado – e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
Ao fim de dois anos, refletindo sobre a sua própria amarga derrota de ser ‘rachado’, durante o caminho para o rio o vaso rachado disse à velha:
‘Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que tenho faz-me perder metade da água durante o caminho até à sua casa…’
A velhinha sorriu: … ‘Reparaste que lindas flores há no teu lado do caminho, somente no teu lado do caminho?
Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto voltávamos do rio, tu regava-las.
Foi assim que durante dois anos pude apanhar belas flores para enfeitar a mesa e alegrar o meu jantar. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa!
Cada um de nós tem o seu defeito próprio: mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.
É preciso aceitar cada um pelo que é… e descobrir o que há de bom nele!
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