quarta-feira, 20 de maio de 2009

O Mandarim e o Alfaiate


Lenda do Vietnã












Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim.

Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

Serei um grande homem agora disse a um amigo. Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida.

Conheço o alfaiate perfeito para você ¾ replicou o amigo. É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse:

Há mais uma informação que preciso Ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim?
mandarim

Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto? perguntou o cliente surpreso.

Não posso fazê-lo sem obter essa informação, senhor. É que mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a parte de trás. Anos mais tarde, quando está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e ele olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que seu corpo está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas que a frente.

"Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente."

O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate.

Do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral (pág. 650/651)

William J. Bennett

Editora Nova Fronteira

Ruan



























O Ruan é um dos instrumentos musicais tradicionais de cordas da China e tinha o nome de “Pipa de Qin”. Na Dinastia Qin ( 221-206 a..C ), artesãos colocavam cordas em pequenos tambores com cabos, formando um instrumento musical de cordas chamado Tao. Posteriormente, eles o aperfeiçoaram, passando a chamar-se de “Pipa de Qin”, origem de Ruan.

No século III, um músico chamado Ruanxian especializou-se em tocar o Ruan. O povo que apreciava muito sua música, passou a chamar o instrumento dele como Ruanxian. Há mil anos, ele passou a chamar-se simplesmente de Ruan.

O Ruan tem uma cabeça no cabo. A caixa de ressonância É feita de madeira e tem 4 cordas. A cabeça do cabo é decorada com um dragão e outros desenhos esculpidos em ossos de animais. O manejo do instrumento é muito parecido ao Pipa, outro instrumento tradicional chinês.


O Ruan interpreta a principal melodia numa orquestra, especializada em interpretação de músicas bem ritmadas e calorosas. A música interpretada com Ruan de baixa tonalidade é muito parecida à musica tocada com violino ocidental de baixa tonalidade.












Sem a oposição do vento, a pipa não consegue subir.
Provérbio Chinês

Pipas



















As pipas, ou cafifas, foram criadas na China há cerca de 2.500 anos. Nesse tempo, ela não era coisa de criança, mas arma de guerra. Os chineses a usavam militarmente para transmitir sinais diversos com suas cores, desenhos e movimentos no ar.

"A enciclopédia chinesa "Khé-Tchi-King-Youen" (Livro IX, f.8), relata como a tradição atribui a invenção da pipa ao célebre general chinês Hau-sin, que viveu no século 206 aC. Este General, conforme Tchin-i, entrou no centro da cidade e a conquistou, fazendo um túnel, após ter calculado, por meio de uma pipa, a distância entre o campo onde estava e o palácio Wai-Yang" (Do livro "Jogos Tradicionais Infantis", de Tizuko Morchida Kischimoto).

Simpatia para falar com os deuses






















A tradição chinesa ensina que uma pipa pode levar recados aos deuses.

Nos dois dias anteriores a 31 de dezembro faça sua pipa com carinho. Durante todas as fases do trabalho, repita em voz baixa o que você deseja que lhe aconteça no ano que vai se iniciar.

No primeiro dia do novo ano, empine sua pipa e mentalize que ela vai levar seus pedidos aos céus.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hoteison















Sorridente, com orelhas grandes e barrigudo, carrega um grande saco e um leque. Origem chinesa. Deus da Satisfação.

Arte tradicional chinesa: Leque
















O leque chinês concentrou ao longo do tempo a essência da cultura chinesa. A arte embutida em sua fabricação e na sua estética nutre desta forma, a sabedoria chinesa.

O leque começou a ser fabricado na China há 3 mil anos. Os predecessores chineses utilizavam penas, bambu e seda em sua produção. Posteriormente, com o desenvolvimento da indústria de papel, este substituiu outras matérias primas empregadas para cobrir sua superfície.

Em 1975, numa tumba recém descoberta no distrito de Jin Tan, na Província de Jiangsu, foi desenterrado um leque com superfície de papel e cabo móvel de laca talhada.

Desde a dinastia Song, no século 11, a China começou a produzir leques dobráveis em grande escala. As superfícies mais empregadas eram de papel. Além de seu uso prático, também servia como artesanato. Os literatos chineses gostavam de escrever poemas e pintar nos leques e oferecê-los de presentes aos amigos.

No século 18, a obra "Leque de Flor dos Pessegueiros" criada pelo dramaturgo mais conhecido da China, Kong Shangren, descreve um romance que envolve um leque.

Na obra clássica "O Sonho do Pavilhão Vermelho" também há poemas em homenagem aos leques. Até hoje, nas áreas rurais do Sul da China, as mulheres expressam seu amor através de leques fabricados a partir do caule do trigo.

Leque chinês








Nas zonas rurais da China, quando uma mulher se apaixona, produz um leque e aguarda a chegada do verão para entregar à pessoa desejada no verão. A moça deposita o seu amor e esperança no leque.

Na primeira Festa de Barco de Dragão após o casamento, a família da jovem visita a filha levando presentes e, entre estes, o leque de caule de trigo é indispensável. O número de leques pode variar entre 20 e 100. Estes leques serão entregues aos parentes do marido, a fim de que manifestem respeito e amizade.

Além do uso cotidiano, o leque também servia como objeto de honra nas cortes. Um leque de dois mil anos de história, descoberto na ruína de Mawang, em Changsha, Capital da Província do Hunan, testemunha isso.

O leque mede 1.76 m de altura era sustentado por um escravo ou vassalo. Ele tinha duas funções. Por um lado, servia como de sombrinha. Por outro, simboliza o status social do dono.

Atualmente, com avanço da tecnologia e a mudança estética das pessoas, surgiram outros tipos de leque: feitos de plástico, automáticos, multifuncionais etc.

A vida moderna faz com que a função original do leque, a de se abanar, diminua ainda mais. Porém, como uma arte e decoração, ele está em moda. Mesmo nas metrópoles, você pode encontrar os leques feitos a partir de vários materiais.

Leques

Várias são as lendas que correm sobre a sua invenção.
Uma das histórias, muito encantadora, conta que a filha de poderoso mandarim, assistindo à festa das Lanternas, sentiu-se mal com o intenso calor desprendido das milhares de velas acesas e, contrariando os hábitos da época, discretamente retirou a máscara que lhe escondia rosto e com ela começou a se abanar, no que foi imitada por todas as mulheres chinesas presentes, nascendo assim o leque.


















Leque tradicional com frente de tigre e atrás traz uma poesia chinesa.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Laranja




















A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas "portuguesas" em vários países, especialmente nos Balcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialetos italianos .