terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
“A Sombra De Uma Folha De Laranjeira
Só, no seu quarto, uma donzela tece
flores de seda. As folhas nem se movem,
na tarde que sugere sonho e prece.
Nisso, uma flauta vibra: ela estremece
e pensa ouvir as frases de amor de um jovem.
Pouco depois a brisa sorrateira
agita os galhos de uma laranjeira,
a leve sombra de uma folha desce
e varando o papiro da cortina
pousa em seu joelho de ídolo esculpido.
Então, cerrando o olhar, ela imagina
que a mão do jovem rasga seu vestido.”
(Tin Tu Ling, 772-845)
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